sábado, 30 de setembro de 2017

Iscas de Vitela com Tomilho



Ao escrever iscas, sei que muita gente nem vai abrir esta publicação, no entanto fica o registo para quem gostar, e arriscar provar com um "twist" como o do tão aromático e intenso tomilho.

Das miudezas só o fígado sai na minha cozinha, e só à moda da minha avó. De tempos a tempos, e sempre que há fígado fresco no talho não resisto, foi o caso, para variar um pouco a ementa e desta vez para dar uso ao tomilho fresco.

Pois, nada melhor do que como pegar numa receita de sempre e mudar um ingrediente para a renovar. Na verdade, não há nada de novo, pois já partilhei aqui a receita que faço sempre (não mudo nunca, pois só consigo comer as iscas de fígado assim), mas desta vez o tomilho fresco fez-me dar um "twist" à receita habitual e não é que ficaram mesmo divinais!!! Em memória de minha avó que se fosse viva faria este mês, dia 27, 106 anos.


Ingredientes:
4 a  Iscas de fígado bem finas
4 dentes de alho
1 c. chá de pimentão doce (colorau)
sal, pimenta, noz-moscada
1 folha de louro
4 raminhos de tomilho fresco
1 fio de azeite
1,5 a 2 dl de vinho tinto

Preparação.
1. Preparar a marinada ( de preferência de véspera, ou então com 2 horas de antecedência):
Numa taça colocar as iscas de fígado, deitar os alhos cortados às rodelas, temperar de sal, pimenta e noz-moscada, deitar o pimentão-doce, juntar o louro e o tomilho fresco. Por fim regar com o fio de azeite e o vinho tinto. Tapar e levar ao frigorífico.

2. No momento de as fazer, levar ao lume uma frigideira com azeite e um pouco de banha ( é facultativo usar a banha, mas dá um gosto especial e dias não são dias). Quando quente ir deitando as iscas de forma a fritarem. Quando ganharem cor, retirar para um prato e reservar.

3. Na mesma frigideira, deitar a marinada e deixar ferver. Quando começar a reduzir, juntar as iscas e deixar uns minutos a apurar o molho.

4. Gosto de servir com batata cozida ou arroz branco, mas quanto a isso fica ao gosto de cada um.


Bom Apetite!

sábado, 23 de setembro de 2017

Molho de Escabeche da Avó


Não há como o paladar para avivar a memória. E, foi num destes dias ao comprar carapaus pequenos para fritar me lembrei do delicioso molho de escabeche que a minha avó fazia.
Faz anos que não o comia, e de repente dou por mim a ligar à minha mãe a pedir a receita, como ela e só ela sabe fazer.
Não há felicidade maior que replicar passo-a-passo e quando chega a hora da prova final, saborear, fechar os olhos e recordar-me dos refeições preparadas sempre com muito carinho, quer pela avó, que pela mãe. Foi delas que ganhei o gosto pela culinária, pela preparação cuidada das refeições; pois para mim colocar a comida na mesa é um acto de amor, generosidade e partilha.
Para memória futura, nada como guardar aqui, no meu cantinho e, partilhar com quem quiser experimentar, o delicioso molho de escabeche, um molho rico de cebola, avinagrado que abrilhanta qualquer peixe frito, quando ele depois de frio perde a sua graça. Sempre um bom recurso para quando o peixe sobra.
Quem conhece tenho a certeza que também aviva a memória, uma vez que é um prato típico da cozinha tradicional portuguesa, que raramente se faz hoje em dia e que só encontrei como entrada num Restaurante da Beira Alta, o Soadro do Zêzere em Valhelhas (que recomendo pela ementa, atendimento e qualidade). Quem não conhece, arrisque a experimentar que não se vai arrepender, infelizmente as fotos não fazem jus ao sabor do molho! E já agora quando forem à Serra da Estrela, parem em Valhelhas e provem as iguarias boas da região neste Restaurante que conheço desde que abriu e que para mim é de paragem obrigatória.



Ingredientes:
( Para 12 carapaus pequenos ou 4 postas de peixe fritas)
Azeite ( 150 ml)
cebola ( 1 cebola grande)
Alho (1 dente de alho grande)
1 folha de louro
Água q.b.
Sal q.b.
Colorau ou pimentão-doce (1 c. chá)
Vinagre

Preparação:
Num tacho ou caçarola pequena deitar uma quantidade de azeite de forma a cobrir o fundo, a cebola cortada em meias-luas, o alho esmagado e a folha de louro.
Quando a cebola ficar translúcida, deitar um pouco de água para que a cebola fique bem cozinhada, sem queimar e também para fazer molho.
Aqui deitar o colorau e mexer. Deixar cozinhar mais uns minutos para apurar o molho. No fim deitar o vinagre a gosto.
Convém ficar com líquido suficiente para fazer molho. Deitar sobre o peixe de forma a ficarem bem cobertos pelo molho.
Acompanhar a gosto (eu gosto com batata cozida ou arroz de tomate ou pimento, legume cozidos ou salada).
Se não forem feitos para consumir mais tarde.Comem-se bem sem aquecer.
Caso sejam guardados no frigorífico, retirar do frio com antecedência, ou então aquecer ligeiramente no micro-ondas.

Nota:Este molho é excelente para conservar o peixe frito durante uns dias. Estes carapaus foram fritos no domingo para o almoço e comprei maior quantidade a contar com mais uma refeição. Os que sobraram foram colocados num recipiente, em camadas, sendo que o molho é colocado entre cada camada.
Ficam cobertos com a cebola. Conservam-se durante 2 a 3 dias, pois este método era utilizado antigamente para conservar o peixe frito, tornando-o mais saboroso cada dia que passa.




Bom Apetite!